Um velho jovem artesão

Uma vida dedicada à arte em madeira

[Por Elenara Oliveira]

Há 70 anos, Ervin Krupp dá um toque de arte à madeira, transformando-a em coisas úteis para o dia-a-dia. Natural de Ijuí, ele veio com 17 anos para Humaitá, em 09 de outubro de 1947, junto do pai, instalando-se em Herval Grande.

Desde os 12 anos de idade Krupp trabalha com madeira

Em Humaitá, além da família, Ervin construiu sonhos, entre eles o de ajudar o pai na construção das engrenagens da marcenaria. Também em 1949 ajudou construir a primeira Roda D’Água, um dos pontos turísticos do município. Depois a segunda, em 1967, e a terceira que está em funcionamento até hoje. “Com os anos de experiência, a qualidade desta última é bem melhor”, destaca ele.

Roda D'Água fabricada por ele é ponto turístico em Humaitá

Aos 82 anos, viúvo, seu Krupp, como é carinhosamente conhecido pelos humaitenses, ocupa parte do dia em sua marcenaria, dedicando-se a fabricação de utilidades em madeira.

A variedade de objetos feitos por ele é tão grande que impressiona quem vai visitá-lo. Somente neste ano até o mês de outubro, seu Krupp já fez mais de 100 caixas de madeira jataí. “A procura por caixas de jataí é bem grande e as pessoas estão investindo na sua criação pelas propriedades medicinais”, explica.

A partir das mãos de seu Krupp são construídos cabos para ferramentas como enxada, martelo, serrote, cabos de vassoura, ratoeiras, bancos, rodas de carroça, arapucas, caixas de abelhas, mesas, entre tantas outras coisas.

Uma das coisas curiosas fabricadas por ele é uma espécie de carrinho de mão para olaria com a adaptação de uma roda de motocicleta. “Já fiz vários desses carinhos que são utilizados para puxar tijolos na olaria, facilita muito o trabalho”, ressalta.

Carrinho para puxar tijolos é uma de suas invenções

São verdadeiras obras de arte que nascem das mãos do seu Krupp, tudo feito minuciosamente com capricho e carinho, tanto que na maioria das peças fabricadas ele coloca a data em que foram feitas.

Seu Krupp coloca a data em tudo que fabrica

“Estes dotes são herdados do meu pai, que também tinha o dom de lidar com a madeira, espero que meus netos herdem este gosto e toquem a marcenaria”, conclui.