S.O.S Saúde
A sombra da Nicotina
(Por Andrio JR Santos)
O número de fumantes no país está caindo. Atualmente, cerca de 15% da população adulta fuma. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o índice era de 35% em 1989. Todavia, apesar da redução no percentual, vê-se ainda uma capacidade de atração por parte de índices mais jovens de população. No Brasil, hoje, certa de 90% dos fumantes começa a fumar a partir dos 15 anos, tornando-se viciados.
Que fumar pode ser um corrosivo de qualidade de vida e saúde é um fato bem conhecido, mas novos estudos apontam que a hora em que se fuma, juntamente com o sexo do fumante, podem ser agravantes bem mais sérios.
Além disso, deixar o vício é muito mais difícil quando se começa cedo, ou mesmo sem acompanhamento para deixar o cigarro. Estudos recentes mostram que a chance de sucesso é de 1% a 2% para cada tentativa de largar o vício. Para tentar sobrepujar a dificuldade, a medicina oferece remédios específicos, além das terapias de reposição de nicotina (chicletes e adesivos), acompanhamento especializado, técnicas comportamentais e mensagens de reforço positivo. Tudo isso pode aumentar as chances de sucesso entre 20% a 40%.
Outro estudo, feito pela Sociedade Americana do Câncer, aponta que quem fuma o primeiro cigarro até meia hora depois de acordar corre mais risco de desenvolver câncer de pulmão, cabeça e pescoço. Fumar logo cedo indica maior dependência de nicotina.
“Eu costumava fumar logo de manhã. Era simplesmente hábito, mas eu sempre me via como alguém que poderia deixar o cigarro a hora que bem entendesse. Entretanto, acabei tento complicações mais sérias, como um caso de infarto” – coloca o ex-mecânico Gibrail Beck.
Outro estudo analisou 67 mil casos de doenças coronárias e mostrou que mulheres fumantes têm 25% mais chances de desenvolver a doença do que homens. Isso porque as diferenças fisiológicas do corpo da mulher aumentam a sensibilidade do organismo feminino ao cigarro.
As campanhas contra o tabaco têm surtido efeito. Caiu em 31% o número de pessoas que fumam mais de dois maços por dia no Brasil após a adoção da lei do antifumo. Um levantamento da Secretaria de Saúde de São Paulo mostrou também que 42,15% dos fumantes eram tabagistas pesados (mais de dois maços por dia) em 2009. Essa taxa caiu para 28,83% em 2010.
“Vejo o consumo de cigarro em ambiente acadêmico crescer, principalmente porque alguns jovens podem ser muito influenciáveis. Por mais pontos negativos que existam hoje em dia em torno das drogas, o cigarro foi inicialmente proposto pela mídia como uma coisa boa, que dá status, algo que muitos acadêmicos buscam.” – salienta Jéssica Lang, acadêmica de Design Gráfico da UNIJUI.
“A maioria dos fumantes é sedentária, ingere alimentos calóricos, abusando do álcool e dos carboidratos. Além disso, consome poucas fibras, vitaminas e minerais, o que facilita o aparecimento de doenças. Mudar os hábitos alimentares ajuda a controlar a ansiedade, recuperando o organismo, em especial o sistema respiratório” – pondera a Nutricionista Carolina Arns, dizendo que a alimentação também influencia no tabagismo.